quarta-feira, 16 de abril de 2014

ARTIGO: CPI: "COMISSÃO PARLAMENTAR DO INTERESSE"

Por Marcelo Dias *

Em mais um ano a Petrobras se torna palco de disputa eleitoral. A oposição sem projetos, usa de uma CPI para abafar o debate de propostas políticas. Foi assim no governo Lula,foi assim em 2010 e não seria diferente este ano. A mesma oposição demo-tucana que fez de tudo quando governaram o país para privatizar a empresa, continua atendendo os interesses do setor privado e internacional, na tentativa de desmoralizar a gestão da maior empresa pública do país.


Quem acompanha a nossa indústria de petróleo sabe da urgência de reestruturação do parque de refino da Petrobras, que, durante o governo do PSDB/DEM, foi sucateado e estagnado, assim como os demais setores da empresa. Quando exercia o papel de governista (dos anos 90 até 2002), a oposição demo-tucana quebrou o monopólio estatal da Petrobras, escancarou a terceirização, privatizou alguns setores e unidades da empresa, reduziu drasticamente os efetivos próprios, estagnou investimentos em exploração, produção e refino e ainda tentou mudar o nome da Petrobras para Petrobrax.

Vamos aos fatos: em 2002, a Petrobras valia R$ 15 bilhões, sua receita era de R$ 69,2 bilhões, o lucro líquido de R$ 8,1 bilhões e os investimentos não passavam de R$ 18,9 bilhões. Uma década depois, em 2012, o valor de mercado da Petrobras passou a ser de R$ 260 bilhões, a receita subiu para R$ 281,3 bilhões, o lucro líquido para R$ 21,1 bilhão e os investimentos foram multiplicados para R$ 84,1 bilhão.

Antes do governo Lula, a Petrobras contava, em 2002, com um efetivo de 46 mil trabalhadores próprios, produzia 1 milhão e 500 mil barris de petróleo por dia e tinha uma reserva provada de 11 milhões de barris de óleo. Após o governo Lula, em 2012, a Petrobras quase que dobrou o seu efetivo para 85 mil trabalhadores, passou a produzir 2 bilhões de barris de óleo por dia e aumentou a reserva provada para 15,7 bilhões de barris de petróleo. Apesar da crise econômica internacional e da metralhadora giratória da mídia partidária da oposição, a Petrobras descobriu uma nova fronteira petrolífera, passou a produzir no pré-sal e caminha para se tornar uma das maiores produtoras de petróleo do mundo.


A guerra das CPIs, como se pode notar, tem interesses outros que não a defesa da Petrobras, na medida em que os órgãos de fiscalização e controle do Estado já estão em ação. O que verdadeiramente está em disputa é um projeto de poder. E na eleição o cidadão terá de decidir se faz a opção por um programa com preocupação social ou se coloca no governo alguém a serviço do mercado e do lucro.

*Marcelo Dias é Coordenador de Relações Institucionais da Juventude do PT Petrópolis