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Nas escolas, nas ruas, campos, construções... |
A revolução não é apenas um movimento político, uma tomada de poder ou a quebra de um regime, a revolução é um estado social, de consciência e de espírito do ser humano. Estado impossível de ser alcançado sem uma Educação verdadeiramente cidadã e libertária, ou seja, que foque na construção de pessoas críticas, proativas e solidárias. Que nos livre das amarras e moldes desenhados desde o nascimento, e que nos faça preparados para sermos o que desejamos ser e mudar o que acreditamos que deva ser mudado.
Não fui eu que falei, muito menos fui eu quem percebeu isto primeiro, inclusive, poderíamos discutir profundamente diversos pensadores de esquerda que constataram o papel da Educação na transformação social. Mas, infelizmente, tem sido natural, em muitos governos e movimentos de esquerda, o esquecimento da importância do papel da Educação na revolução. Atitude negligente que impossibilita a consolidação dos avanços políticos e sociais, abrindo caminho para a manutenção do status quo e consequentemente prejudicando o alcance da igualdade social.
Já que, como também já foi dito por muitos, a revolução é algo permanente, de geração para geração, de comunidade para comunidade e de pessoa para pessoa. Surge a partir de ideias, palavras, atitudes e movimentos que não se propagarão com um ensino baseado nas lógicas de mercado. Enquanto a máxima "estudar para ser alguém na vida" se perpetuar continuaremos contaminando nossas gerações. Pois esta frase egoísta, soberba e que simplesmente busca retirar o amor próprio e individualidade da classe trabalhadora, ignora que todos somos alguém - princípio básico da igualdade. Alguém que sonha, que faz, que contribui e que muda independentemente de como o seu trabalho, profissão ou emprego atua na sociedade.
Precisamos lembrar que nossas vidas não estão à venda, que podemos pensar por conta própria e que não somos o que sabemos, mas sim o que podemos saber.
Por Yuri Moura - Presidente do Partido dos Trabalhadores de Petrópolis