As manifestações de Junho/Julho mudaram a conjuntura no Brasil. Os
jovens foram as ruas dizer que querem mais participação política, mas
não diante do que está posto, não a política da forma que está colocada.
No PT não foi diferente, ocupamos a sede do partido, neste período,
não apenas no intuito de mostrar nossa posição ante o assunto em voga
naquele momento, e sua opinião de como a bancada deveria se posicionar,
mas toda sua indignação pela forma que a temática juventude vem sendo
tratada ao longo de várias gestões no PT estadual. Este cenário,
pós-manifestações, trás uma “janela de oportunidades” para o Brasil e o
para o PT, no sentido de se renovar e aprofundar suas reformas
estruturais mais depressa. O recado das ruas tinha cara e forma. Era a
Juventude brasileira no ápice de seu boom populacional afirmando que ser
quase 1/3 da população brasileira, faz dela hoje uma importante camada
de opinião, demandas e necessidades neste Brasil de 10 anos dos governos
progressistas.
Foi ela a protagonista das manifestações de junho e vem sendo ela, a
interlocutora das redes sociais e das demandas por mais informação e
transparência de nossos governantes e da maneira de se fazer política.
Diferentemente de outros tempos, a juventude hoje, influi na opinião dos
demais atores de sua família, de todos os outros com acesso restrito ao
mundo “virtual” e mais antenado ao mundo“analógico”. É o sistema
político como um todo que se abala nas ruas, as instituições corroídas
já não representa mais!
O PT precisa acompanhar esse ritmo, sob pena de ficar para trás na
história e não compreender o que se inicia. Vemos com bons olhos o
aprovado no último Congresso do PT em que 20% das instâncias do partido
deverão ser compostas por jovens entre 16 e 29 anos de idade.
Entretanto, neste PED, tal conquista para a juventude do partido e para o
próprio PT que necessita de oxigenação e de renovar sua direção, não
pode ocorrer apenas para “cumprir tabela”, ou seja, a garantia de 20% da
direção ser composta por jovens dirigentes, não deve ser usada para
alocar a juventude nas pastas que ninguém mais quer ou onde não há
função e vida institucional de fato. A lógica não pode ser a de “jovens
dirigentes” e sim a de “dirigentes jovens”.
Pelo contrário, o PT deve ser ousado e ser protagonista na política,
do clamor e das vozes das ruas que querem renovação, transparência e uma
geração política que entende e vivência o novo momento que o mundo
pós-crise de 2009 vive, mais multipolar e mais carente de novos projetos
para construir um desenvolvimento sustentável e com justiça social.
Por tudo isso, devemos ampliar os espaços e o empoderamento da
juventude nos espaços de decisão política e em nossas instâncias para
permitir o PT a construir seus passos para o futuro.
André Lopes é secretário-geral do PT de Cariacica e membro da Direção Nacional da Juventude do PT.
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