Integrantes da Associação Petropolitana de Estudantes e da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro realizaram na manhã de ontem, no calçadão do Colégio Dom Pedro, uma manifestação contra a greve dos servidores da Educação. Eles pedem o imediato início das aulas nas escolas da rede municipal. “Entendemos a importância da valorização do servidor público, mas os alunos estão sendo prejudicados”, disse o presidente da APE, Diego Vieira.
Cerca de 15 integrantes das entidades participaram da mobilização, que contou até com grafiteiros, que escreveram frases pedindo a volta das aulas. Faixas com dizeres contra a greve também foram colocadas nos muros do colégio. Os manifestantes realizaram panfletagem e um abaixo-assinado, que será entregue aos representantes do movimento grevista e ao governo municipal. Para o diretor da região serrana da UEE, Yuri Moura, a greve se transformou em uma batalha política e os alunos estão pagando pela falta de acordo entre as partes. “Há uma disputa entre os grevistas e o governo. Queremos a volta imediata das aulas para que os estudantes não sejam ainda mais prejudicados”, comentou.
A mobilização também recebeu apoio dos pais. Lucilene Maria Ramos, mãe de três filhos que estudam na rede municipal, estava indignada com a continuidade da greve. “Estou com medo de não haver tempo para repor as aulas. São muitos dias parados. Entendemos os direitos dos servidores, mas os nossos filhos estão tendo prejuízos. É preciso que haja um acordo entre eles”, disse. Para Diego, os alunos que prestam vestibular neste ano e farão a prova do Enem são os mais prejudicados. Ele conta que estudantes do ensino médio do Colégio Liceu Municipal Cordolino Ambrósio procuraram a entidade e pediram ajuda. “Eles estão preocupados, não sabem se vão conseguir recuperar todas as matérias”, disse. Segundo Diego, cerca de dois mil alunos da rede municipal devem fazer a prova do Enem neste ano. Em toda a rede, são 54 mil estudantes que estão sem aulas desde o dia 13 de maio. Os manifestantes se mostraram preocupados com o anúncio do corte dos salários dos servidores. Para eles, isso dificultaria a reposição das aulas. “Vamos pedir ao governo que não desconte os dias não trabalhados. Isso pode gerar outros problemas. Caso não haja reposição e não sejam cumpridos os 200 dias de aulas letivos, o município pode ser prejudicado e deixar de receber os recursos do Fundeb”, informou Diego. No início da greve, a APE participou ativamente do movimento, mas para o presidente da entidade a falta de negociação fez com que a entidade deixasse de apoiar o movimento. “Nossa luta é em favor dos estudantes e eles estão sendo prejudicados”, concluiu.
JANAINA DO CARMO
Redação Tribuna